Foi ontem. Ontem que visitei todos os teus recantos, envoltos em miticismo e esoterismo.
As cascatas, o musgo, a floresta dos contos de fadas, os ribeiros, os cafezinhos, as torres, os sinos do palácio, a sumptusosidade dos montes...e, depois o pôr-do-sol alaranjado que cai sobriamente sob as cores distintas da Pena.
Despertaram-se-me instintos há muitos esquecidos. Quem diria que depois de uma rotina citadina, haveria de apreciar a tua beleza inexorável ? Mais que isso, eu perdi-me de amores por ti.
Vivi ali na pele de D.Amélia, cruzei a cavalo cada sonho, cada mito, cada lenda...
Do Paço a Seteais, passando pela Lawrences descobri a magia do Monte da Lua, as paisagens verdejantes, as quintas preservadas. Parece que afinal ainda possuímos sítios de príncipes e princesas, onde podemos imaginar a nossa própria trama secreta.
A Regaleira, essa sim, foi a estrela da tarde...recheada de espiritualismo e simbolismo. Subi e desci, saltei de pedra em pedra e procurei os vestígios daqueles tempos, a inspiração daqueles homens ao construirem tais maravilhas. Desde o jardim à escadaria do palácio, tudo reflectia os ideais da liberdade, do amor... e a maçonaria tão proíbida tornava ainda mais fascinante o ambiente daquele lugar mágico.
Somos detentores de tanta riqueza que por momentos pareceu-me que a crise é apenas uma miragem. Sintra ficou-me no coração, aquela terra inspiradora de poetas e músicos, e o doce sabor das queijadas e dos travesseiros
E sim, é Património da Humanidade !
«E, nas serras da Lua conhecidas
Subjuga a fria Sintra, o duro braço.
Sintra onde as Náiades escondidas
Nas fontes, vão fugindo ao doce laço:
Onde Amor as enreda brandamente,
Nas águas acendendo fogo ardente».
3 comentários:
Quinta da Regaleira ! Queria tanto ter ido ' ter vivido ! entristeço-me só de pensar ! levas-me lá ? amote
Shiu. Deixa-me estar, mais um bocadinho, sob efeito do teu post. Shiu. Deixa-me estar.
(Também já lá estive, também já me senti lá assim).
Tanto que eu adoro Sintra e já há tanto tempo que lá não vou!
Enviar um comentário