quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008





que é feito da menina das saias rodadas?


Perdeu-se por aí.
Ficou onde eu a deixei, com todas as amarras que a impediam de ganhar asas para voar.
Achei melhor assim...
O que é certo cansa e esta liberdade da incerteza satisfaz-me tanto!
Medo para quê? Só é preciso saber agarrar o momento e depois o resto vem por acréscimo...
As pessoas mudam-te, o tempo muda-te, a vida muda-te. E depois, não somos só nós, também o mundo muda, e é tão mais flexível.
Sim, acredita, precisamos de nos adaptar à mudança. Dizes que foi para melhor, pois,eu também acho que sim, mas agora isso já não tem importância. Estás a ver que nem sempre vale a pena premeditar? As coisas não acontecem com tanta previsibilidade.
Crescer faz-nos bem e o que ficou para trás são recordações da ingenuidade de criança, que às vezes me traz saudades, mas no fundo se procurares bem ainda a vês....a menina das saias rodadas, ela há-de sorrir para ti e tu vais reconhecer que esse sorriso é diferente de qualquer outro, mais genuíno até. Tu tens esse dom, de invocar a menina das saias rodadas ( não fosses tu quem és), e depois chamas-me frágil e bonitinha...daquela maneira especial, sem defesas...
Todos somos assim...lá no fundo, é a essência.
É por isso que estás sempre comigo, que te tenho para sempre e sem ti nunca seria quem sou hoje, fazes parte da minha auto-construção, descobriste-me as entranhas, lembras-te as vezes que caí e me voltei a erguer, das cambalhotas mal dadas, das piadinhas sem graça, dos erros mais absurdos, dos grandes desafios, das maiores gargalhadas. E tu nunca me faltas.
Maior cumplicidade do Mundo, minha querida...para ti serei sempre a menina das saias rodadas, com a força de que tanto te orgulhas.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O monte da lua (mons lunae)


Foi ontem. Ontem que visitei todos os teus recantos, envoltos em miticismo e esoterismo.
As cascatas, o musgo, a floresta dos contos de fadas, os ribeiros, os cafezinhos, as torres, os sinos do palácio, a sumptusosidade dos montes...e, depois o pôr-do-sol alaranjado que cai sobriamente sob as cores distintas da Pena.
Despertaram-se-me instintos há muitos esquecidos. Quem diria que depois de uma rotina citadina, haveria de apreciar a tua beleza inexorável ? Mais que isso, eu perdi-me de amores por ti.
Vivi ali na pele de D.Amélia, cruzei a cavalo cada sonho, cada mito, cada lenda...
Do Paço a Seteais, passando pela Lawrences descobri a magia do Monte da Lua, as paisagens verdejantes, as quintas preservadas. Parece que afinal ainda possuímos sítios de príncipes e princesas, onde podemos imaginar a nossa própria trama secreta.
A Regaleira, essa sim, foi a estrela da tarde...recheada de espiritualismo e simbolismo. Subi e desci, saltei de pedra em pedra e procurei os vestígios daqueles tempos, a inspiração daqueles homens ao construirem tais maravilhas. Desde o jardim à escadaria do palácio, tudo reflectia os ideais da liberdade, do amor... e a maçonaria tão proíbida tornava ainda mais fascinante o ambiente daquele lugar mágico.

Somos detentores de tanta riqueza que por momentos pareceu-me que a crise é apenas uma miragem. Sintra ficou-me no coração, aquela terra inspiradora de poetas e músicos, e o doce sabor das queijadas e dos travesseiros

E sim, é Património da Humanidade !


«E, nas serras da Lua conhecidas

Subjuga a fria Sintra, o duro braço.

Sintra onde as Náiades escondidas

Nas fontes, vão fugindo ao doce laço:

Onde Amor as enreda brandamente,

Nas águas acendendo fogo ardente».


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Gosto...


Gosto de te ver a rir e a brincar, gosto do teu cheiro e do teu olhar, gosto de te ter sempre perto e sentir que tudo está certo, de saber que afinal vale a pena acreditar que um dia a paz acaba sempre por chegar, que não há esperas vãs nem dias perdidos, que todas as noites são de lua cheia e todas as manhãs estão cheias de ti, meu amor, quero-te, quero-te, quero-te. Por isso abre as mãos e o peito, deixa-me ficar para sempre lá dentro, guarda-me em ti e espera sem esperar a cada dia que passar, que este meu amor imenso, doce e intemporal resista ao tempo, resista ao medo, resista ao mundo, resista a tudo e não precise de mais nada a não ser de Ti, tu que és o princípio e fim, que estás no meio de tudo, que atravessas a vida de mão dada comigo, tu de quem eu gosto, gosto.