domingo, 21 de setembro de 2008

let me be

Apetece-me ler, viajar e comer cereais antes de deitar...
E receber montes de mensagens tuas (daquelas que me fazem rir para o telemóvel),
apetece-me estar assim...imóvel. Ouvir música (baixinho), pensar em nós, apagar as luzes, fechar os olhos e sonhar, evadir-me sem me evadir.

E pronto, apetece-me...

(tenho vontade de ser pequenina e pedir miminhos)

MAMMA MIA !



QUERO VER !

(ando mesmo a precisar de uma boa comédia)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

are you going on your way ?

A vida - coisa tão (des)complexa.

Hoje, depois de mais um serãozinho de sofá passado na companhia da grande fox life(amiguinha dos serões "faire rien"), a ver "amor no Alasca", dei de mim a meditar as frases finais da anne heche, mais uma das divagações estupidificadas do mundo feminino, sempre o amor, sempre as emoções, sempre os sentimentos, sempre os desgraçados dos sentimentos e as relações subsequentes. Bem, não fugindo ao cerne do assunto, estava exactamente a referir-me à vida (era esse o tema em aberto).

- A vida é feita de escolhas e opções, depois existe o caminho, aquele que se percorre sem destino, porque destino só há um, aquele que todos temos em comum e que chega quando menos se espera. O que nos torna especiais e nos diferencia do "todo" é o caminho, esse sim, construído de vontades, de forças e coragem, de tomar ou não partido de um sim e de um não, de agir ou não agir, de fazer ou não fazer, de avançar ou estagnar. Esse caminho, que cresce connosco é sem dúvida, o que nos faz crescer.

Apercebe mo-nos com o tempo, de que ao fazermos escolhas estamos a condicionar, a cortar caminho, a estreitar a passagem, a afunilar, isto porque, inevitavelmente, estamos a anular tudo aquilo que não escolhemos e por isso mesmo vivemos a nossa vida, a que existiu e dependeu de nós e não a que deitamos fora, a que expulsámos, porque quisemos ou porque teve de ser.

Há dias em que pensamos no que teria sido se tivéssemos escolhido a outra via, será que teríamos sido mais felizes....pessoas melhores...teríamos tido outras oportunidades? Mas é inútil fazermos suposições do que poderia ou não ter sido ou acontecido, porque faz simplesmente parte de um passado que nunca aconteceu.


Dei comigo a pensar nas escolhas que tenho feito, nos erros que cometi, nas oportunidades que me vieram parar às mãos e nas que resgatei com destreza e perícia. Nos momentos vividos com quem me fez e faz feliz e naqueles menos bons, que também me ensinaram alguma coisa e me deram defesas. Hoje sinto-me tão mais imune, tão mais cheia de confiança e com o espírito definitivamente livre...deitei fora o que achei que não valia a pena e não me arrependi, muito pelo contrário. Hoje tenho o que me faz falta e por isso sei a verdade e sou feliz.


Em todas as nossas escolha, tanto para o bem como para o mal, o que nunca pode falhar é o carisma, a personalidade, isso sim, é o que nos distingue dos demais, é o que nos faz dignos da NOSSA VIDA, seres independentes e demarcados, que sabem pisar o território que lhes pertence. Nunca devemos andar por caminhos previamente traçados, pois esses só conduzem a onde outros já chegaram.


Are you going on your way ?

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Entre cá e lá.


O meu lado lunar + o teu racionalismo inato / a orbitar do lado de cá = simbiose perfeita
deixas-me o coraçãozinho aos pulos...
oxalá a bola de cristal não quebre, sabes que é frágil e com o tempo desgasta e depois o interior, que é valioso pode perder-se por aí, fica desprotegido, perde o oxigénio e gosta pouco de estar livre, aí aos caídos...
Protege o que eu te dou, que o hoje o tempo dói, tapa e guarda num lugar seguro.
Pronto, pronto...chega de avisos. Confiei-te, agora não me deixes mal.
Os anéis de Saturno são fiteiros e olha que por aqui os meteoritos são "o prato do dia", quando conheceres de cor isto tudo podes querer voltar à Terra, mas eu tenho esperança que te habitues a este novo lugar, sim...é uma questão de hábito, mas requer muito de ti e de mim também (apesar de ser profunda conhecedora).
Bora perder mo-nos ? A gravidade ajuda.

De braço dado com a vida




Há pessoas que nos ensinam a olhar para o mundo de forma diferente; outras que nos ensinam a ler, apresentando-nos autores e livros que irão marcar para sempre a nossa existência, e outras ainda com quem aprendemos a viver os nossos sentimentos e crenças em liberdade e sem medo.

domingo, 7 de setembro de 2008

(En)canta(-me)




Canta para mim,
Voz sussurrada
Em tons de rosa e carmim
Presenteia-me com os teus gestos sublimes
E deixa-me ficar assim...
Não te peço pompa,
Muito menos circunstância.
Quero apenas uma balada,
Que omita a distância-
Não puxes pelos acordes,
Não forçes o grito;
Segreda-me antes uma leve melodia
Que ilustre o infinito.
Chega de seriedade e rectidão,
Mostra-me que és feito de garra e coração
Aproxima-se a alvorada e com ela clamores de um novo dia...
Mas, dá-me só mais uma noite de sonhos e poesia
"Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora..."
Fica por hoje, não vás embora.
Patética, esta avidez de possessão
Não fosse o momento, imenso de ilusão.
Retarda a brevidade, prolonga a validade...
Dá me só mais um timbre de pura felicidade.
(tentativa de algo que se assemelhe com poesia, tenta-se...)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Ler


De todo o tempo que perdem os portugueses, não há eternidade como o tempo que perdem a não-ler. Durante o Verão, o país enche-se de turistas estrangeiros e quase todos – seja na praia, seja no hotel - andam quase permanentemente com um livro na mão. Esta estranha proclividade deixa o português perplexo: «Estes bifes são todos malucos – pagam um balúrdio para cá virem e depois, em vez de aproveitarem, passam o tempo todo a ler… Até usam o livro aberto para marcar os lugares!»É o facto cultural mais assustador de todos – os portugueses não lêem livros. Em nenhum outro país da Europa é tão raro ver alguém a ler um livro em público. Causa genuína aflição vê-los a não-ler. Na praia, nas salas de espera, nos comboios, enquanto almoçam sozinhos, nos cafés… em toda a parte se vê uma população atarefadamente dedicada à actividade de não-ler. Porque é que não aproveitam estes tempos mortos?Não se sabe. Uma das causas será o facto do português ter horror à solidão. Esteja onde estiver, e por muito entediada que seja a sua condição, o português prefere estar a olhar para os outros – os tais que, por sua vez (em vez de estarem a ler), estão a olhar para ele.O Português tem medo de se mergulhar num livro porque isso significa deixar de “estar à coca”. Não pode estar em lado nenhum sem sentir que está de serviço, a controlar a situação. Olha os que entram, os que saem; os que ficam, os que voam e fazem “Bzzzz…”. Nem é só por bisbilhotice – é por desconfiança. Não pegam num livro porque têm medo de apanhar com uma paulada nas costas enquanto estão distraídos. Para um português, ler é estar desprevenido.Os preconceitos contra a leitura são terríveis. Entre o povo diz-se que faz mal à digestão ler a seguir ao almoço ou ao jantar. A obsessão dos portugueses com a digestão merecia, só por si, uma crónica. Na TV, na campanha do “Há mar e mar”, aconselham um mínimo de três horas! E julga-se que passam essas três ridículas horas a ler?Os contos de Bruxa não acabam aí! Existe também a noção grosseira de que ler «cansa a vista» porque «faz mal puxar muito pela cabeça». O típico brutamontes defende-se destas acusações dizendo que «ando a trabalhar todo o dia e, quando chego a casa, é para descansar, não é para ler». A realidade é triste mas tem de ser revelada: o português prefere cansar-se a trabalhar (e lembremo-nos que tem a capacidade singular de cansar-se muito a trabalhar pouco) ao descanso que seria ele ler (…)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Dança de uma vida



Há histórias com imenso significado, que moram nas pessoas como as pessoas moram nos lugares que lhes pertencem, vivem algures na memória de cada um, como tudo o que de bom e mau nos preenche o passado. Gosto essencialmente dessas, das boas histórias, que apesar de ouvir e ter ouvido, vezes sem conta, continuo a admirar. Comparo-as aos bons filmes que guardo na gaveta dos DVD's e vou buscar quando sinto saudade, continuo a saber as falas de cor, choro no momento da tragédia, rio com a personagem cómica e deleito-me com a frase chave, que funciona sempre como moral da história.
Os serões de relaxe têm sempre pano para mangas...então quando a mãe está por perto, a conversa dura horas a fio. Pensei pergunta-lhe como é que ela conheceu o pai (certo é que já estava farta de o saber, mas insisto nos pormenores), logo lhe vejo um sorriso tão expressivo, como se estivesse a falar da nova paixão da adolescência. Começou por falar-me do baile, o tal baile...estava ela no canto do salão, tocava Sinatra (se não lhe falha a memória), diz que o avistou por entre a multidão de jaquetões e vestidos rodados. Primeiro surgiu o rei dos bailes, daqueles que têm um nome característico, o típico engatatão que não falha uma, surpresa das surpresas...ela recusou a dança. Aí o pai perdeu metade da esperança, ele era o próximo a tentar a sorte, mas visto que nem o supra sumo tinha vingado, foi ter com ela meio a medo, pediu-lhe com todo o jeitinho e cortesia o que ela tanto queria que acontecesse. Num ápice tinham caído nos braços um do outro, a mãe diz que se lembra do que ele trazia vestido e diz também que cheirava a limão, um travo que lhe acentava que nem uma luva, lembra-se de pensar que tinha de saber mais sobre ele, que tinha de voltar a estar com ele. Segundo a mãe conta, o pai era desajeitado, mas aquela dança ela não esquece, refere-a como a dança de uma vida.
Do baile, aos encontros no café do costume tornaram-se um habitué...
O pai entra na sala quando estávamos a falar do primeiro beijo, que foi custoso, segundo consta...a mãe era convencional e o pai tímido e mais, os tempos eram outros, o carrossel era vagaroso, mas sabia a tanto de cada volta que dava...
Adorei ver a expressão do pai passados 25 anos, sorriu como uma criança a reviver a velha infância e correu a beijar a mãe, não tardou que me falassem na opinião deles sobre isso tudo,depois, das teimosias da avó em deixar a mãe sair de casa, dos amigos boémios, das voltas no carro de museu e até de quem casou com quem e das festas em casa dos velhos amigos. Senti-me à parte, deixo-os a recordar os bons velhos tempos e encosto a porta da sala com cuidado para que não se apercebam da minha ausência.
Ficam a opinar sobre o destino, ainda ouço a mãe dizer ao pai como o destino é certeiro e o pai remete-lhe um " é verdade amor...é verdade", depois confidencia-lhe como ela estava bonita de vestidinho floral.

Fui ler um bocado, mas parei para reflectir, cair sob a minha felicidade em saber que ainda existem romances como nos filmes e nos livros do nicholas sparks, parece que existem sempre boas recordações e sentimentos que são inabaláveis e só se fortalecem com o passar do tempo.
É verdade que hoje em dia o amor puro é raro, dá-se um "amo-te", como quem dá um elogio forçado. E o simples é tão mais bonito que o exagero, que se obtém com a maior das facilidades...
Tudo o que implica esforços e é conseguido aos poucos tem sempre mais valor.
Recentemente, Domingos Amaral diz que "Já ninguém morre de amor", pode até ser verdade, mas não é essa a minha opinião, continuo a acreditar que algures por aí alguém está a viver um romance que vai durar uma vida, pode ter as suas desavenças, pode ir e voltar, pode até nunca mais voltar e seguir em frente, mas existiu. Essa existência é inapagável. Todos nós morremos de amor, nem que seja uma vez na vida, cometemos as maiores loucuras, extasiamos com facilidade e acordamos e adormecemos com esse alguém no pensamento.
É bonito e recomenda-se.
A mãe é prática, o pai é um romântico desajeitado, mas quando os vejo juntos a recordar uma vida, são um só. Orgulho-me deles, como não poderia deixar de ser.
São felizes ao jeito deles e sei que tomam partido do melhor da vida.
É isso que levo como exemplo e quero para mim, ao meu jeito, quero a dança de uma vida, quero dançar as vezes que forem necessárias, ao som das mais belas canções, sob os mais imponentes cenários e sim, hei-de morrer de amor, aliás morro de amor pela vida, porque esta ao menos é garantida.

Se acredito ou não no destino, não sei.
Acredito naquilo que sou e não me tenho desiludido.